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sexta-feira, 3 de julho de 2015

#ChegadeSilêncio

-"Uma mulher de mini saia é muito vulgar. Essa tá pedindo!"
-"Um homem jovem e de porte atlético passeando com um shorts curto é o gostosão."
-"Mulher com decote é mulher fácil."
-"Homem sem camisa é um Deus grego."

Provavelmente já ouviu alguma dessas frases antes vindas da boca da amiga, da mãe, da vó. Afinal, isso é da sociedade patriarcal sexista que ainda sobrevive aos tempos atuais. A mulher  sempre foi vista como sexo frágil, apesar de muitos acontecimentos o pensamento ainda  continua sendo perpetuado. Um sexo "frágil" que vive sobre o mundo obscuro. 

A revista Super Interessante na edição de julho traz na capa o assunto mais polêmico discutido hoje em dia, ainda que por diversas vezes é jogado por de baixo do tapete. O estupro. Na edição eles levantam a questão e suas polêmicas com imagens, entrevistas com especialistas e personagens reais dessas trágicas histórias. O que tem isso a ver com moda? A partir do momento que moda é entendida como fator de evolução dentro de uma sociedade ela passa a interferir de maneira direta. É moda discutir assuntos tabus. É  moda não ter tabus. 


A revista traz junto as imagens perguntas pertinentes ao assunto do tipo: -"Você julga uma mulher pelo tamanho da saia que ela usa?" e "Você acha que tem mulher que pede para ser estuprada?". É difícil acreditar mas a revista traz dados chocantes de que 1 em cada 5 mulheres será estuprada ao longo da vida e 99% dos agressores nunca serão punidos. 

estupro superinteressante

estupro super

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Veja uma das histórias trazidas pela edição de julho da revista com a personagem Luci. Uma jovem que foi obrigada a casar-se com seu estuprador por 11 anos:

"COMO SILENCIAMOS O ESTUPRO
Luci era uma donzela de 13 anos que, no século X, vivia em um importante vilarejo com seus pais. Certo dia de verão, ela saiu para ir à feira com uma amiga quando sentiu uma vontade enorme de ir ao banheiro. Sem ter aonde ir, entrou no primeiro casebre do caminho e resolveu fazer xixi por lá mesmo. Foi quando um homem de 35 anos a encontrou e decidiu que a tomaria à força. O rapaz a prendeu dentro da cabana e a violentou: foi tanta brutalidade que Luci ficou toda ensanguentada e com as vestes rasgadas. Quando a menina chegou em casa, seu pai se encheu de desgosto – não podia acreditar que a filha não era mais virgem. Ainda assim, a família decidiu buscar justiça e foi falar com o mandatário local para mandar prender o criminoso. O oficial logo encontrou o acusado que, depois de muito tempo, acabou confessando o crime. Assim, de acordo com a lei da época, o oficial apresentou duas opções para a família: ou o homem ia preso ou assumia a menina e se casava com Luci para resgatar sua “honra”. Como o pai da menina não queria mais saber daquela filha impura, mandou ela se casar com seu estuprador. Foi o que aconteceu. No dia seguinte, Luci se mudou para a cabana onde foi violentada, onde passou 11 anos ao lado de seu monstruoso marido. Ele a engravidou por cinco vezes e bateu nela todos os dias enquanto permaneceram casados.
A história seria apenas mais um terrível conto medieval, se eu não tivesse esquecido um “X” na data lá em cima. O caso de Luci não aconteceu no século X, mas no século XX – em 1982, para ser exato. O importante vilarejo era a cidade de Guarulhos, em São Paulo, e Luci é Lucineide S., uma cabeleireira que, hoje, está separada de seu estuprador. (E, se você ficou na dúvida: sim, até 2002 existia na lei brasileira a possibilidade de o estuprador não cumprir pena caso ele se casasse com sua vítima.)"
Ainda que negativo e triste o assunto ele deve ser discutido, o silêncio deve ser quebrado!
O estupro é culpa das vitimas? Opine!
#ChegadeSilêncio 




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